16 fevereiro 2016


Difícil é começar.
Depois, é um longo Domingo de amor.
Domingo com sabor a Sábado e a sal. A cloro e a liberdade. Num mergulho de imersão com braçadas conjuntas.
Sabemos o que é bom e queremo-lo em uníssono. Às vezes o Universo conjuga os astros e a luz incide sobre os afortunados que a merecem. Nenhuma supernova pode desunir o que as estrelas da fortuna juntaram. 
Quem não precisa de nada já tem tudo. Este é, como se sabe, o ponto de partida da felicidade. Que existe, acreditem. 
O maior bem não tem custos. É gratuito. Podem chamar-lhe sorrisos, abraços, ternura, partilha, admiração, confiança, respeito. Amizade. Amor. 
O maior bem é reconhecer que se tem tudo isto. E vivê-lo. Como sabemos tão bem.

07 fevereiro 2016


Mafra. Uma fachada que sempre me apaixona. O sonho começa aí. Baltasar e Blimunda que me acompanham há quase uma vida, num imaginário literário que ajuda à montagem das cenas de época.
Um palácio que nos recebeu com o frio típico, secundado pelas belezas da arquitectura e das artes da nossa história. Vamos conversando; também com as senhoras que guardam este tesouro e trabalham com o gosto e o orgulho que a nação parece não aprender.
Esculturas, pinturas, bordados e jogos de salão a puxarem pela imaginação do cidadão actual na reconstituição da vida dos monarcas no tempo dos dinheiros vindos do Brasil. 
Salas de azul, amarelo ou vermelho vestidas, num esplendor sóbrio de quem apreciava a caça e a oração, ou não fosse a devoção estar provavelmente na origem da construção do palácio, contida na promessa de cura do rei.
O joanino-absoluto e o novo paradigma artístico encanta-nos. São dois torreões imponentes, duas alas de imponente bom gosto e uma enfermaria com altar e nichos individualizados por cada doente. 
Uma biblioteca com mais de 36000 volumes do séc. XV ao séc. XIX, conservados com o trabalho voluntário dos incansáveis morcegos.
A basílica, os seis órgãos, os dois carrilhões de Antuérpia, tudo conjugando-se para que o mais ateu dos cidadãos anseie por ficar e perder-se no tempo. Saindo, as esculturas da escola de Mafra parecem escoltar-nos ao fim duma tarde mais-que-perfeita e fazer-nos prometer o regresso.

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