30 julho 2013

Sete luas




Uma semana voou

Sobre o nosso pôr-do-Sol.

Sete pétalas, sete luas

Sobre essa escala pautada

Por claves de girassol.

 

Desenhámos areais

Por entre dez mil sorrisos.

Erguemos altares de estrelas,

Venerámos os sentidos

Em secretos paraísos.

 

Sonhámos o mesmo sonho,

Mezcal sóbrio de azul.

Sorvemos a pele salgada,

Despertámos para o voo

Do vento morno do Sul.

 

E num toque toque licoroso

Brindámos em cada beijo.

E, ao longo das sete noites,

Fomos vagas inflamadas

Na preia-mar do desejo.

02 julho 2013

.



Já o vi chegar de mansinho para alguns.
Vi-o levar outros de repente.
O fim.
Não sei se este será o seu anúncio.
Se te veremos definhar ou se o sopro gelado o trará num instante.
Nunca se está preparado. Não sei da minha vida sem a tua presença. Todas as minhas memórias te incluem.
Se pudesse escolher, diria que não quero prolongamentos, sofrimento vão.
Prefiro o teu voo ao afundamento.
Saberei m
elhor não te ter perto do que a mágoa repetida do deixar de ser.
As boas lembranças, tenho-as tatuadas no mesmo local que as feridas. Contrabalançam as dores que a vida reserva.
Se umas se esbatem, as outras também. Um equilíbrio instável. Mas meu.
Podes ir, se for o momento. Podes ir e acompanhar-nos à distância.
Sabendo que ficamos bem. Tão bem quanto se pode ficar quando estas surpresas acontecem.
Seja o que for que o tempo nos reserve, este nunca será um texto de despedida.
Porque é tudo tão breve que é sempre um até já.
Podes ir. Porque ficarás, sempre.

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