Faço rendas com o tempo se não estás,
Crio histórias que não se contam a crianças.
Faço de tudo para vencer as horas más
E inauguro a era das boas esperanças.
Faço as pazes com as não ouvidas preces,
Dispo a angústia que a toda a hora me esmaga.
Não faço caso da nudez em que me esqueces
E visto-me de luar, sob um céu que me afaga.
Faço amor com palavras e com estrelas,
Brinco aos contos, protagonizo cada história
Do faz-de-conta de aventuras e novelas
E, no fim, deito-me contigo na memória.