Há tempos, uma amiga referia-se à sua zona de conforto, expressão que se tornou frequente nos últimos tempos.
Começo já por dizer que me deixam desconfortável, estas palavras. Pelo que, quem quiser, pode continuar a ler este post, quer se identifique ou não com esta atitude, mas desde já sabendo que não estou para meias medidas (podem botar abaixo à vontade, como sempre foi uso neste espaço).
Ora bem, se a vida não é confortável, que história vem a ser essa de zona de conforto, alguém me explica?
A vida é feita de decisões, escolhas, fracassos, sucessos, altos e baixos. Avanço para cada momento de peito aberto, ciente da responsabilidade que tenho sobre os meus passos.
Avanço, arrisco, nem sempre corre bem, mas… é a vida.
Não me sentiria viva se me tivesse calado quando outros se calaram. Não me sentiria inteira se não tivesse ousado. Não me sentiria mulher se não tivesse amado. Não me sentiria consciente se não tivesse arriscado. Não me sentiria bem se não me tivesse empenhado.
Quando vivo, faço-o por inteiro. Acerto. Erro. Alegro. Magoo. Congratulo-me. Arrependo-me.
Mas não por não ter vivido.
Disse a essa amiga, a quente, como normalmente faço, “Zona de conforto? Acho isso a maior das secas!”
Continuo a dizê-lo, a frio:
A zona de conforto deve ser um desconforto e pêras...
Vida sem risco?
Lobotomias como auto-defesa?
Grande desconforto. Grande tédio. E não sei se resulta...”
Eu sou de arriscar. E sabem? Se morresse agora, sentia que tinha valido a pena...