Escrevo e apago. Crio e destruo.
Estou nula de palavras e quase amuo.
Não me agrada o que sai desta névoa de mim.
Queria abrir o coração, mas fico assim…
No céu, a Lua cheia que me incita
- Essa mesma Lua que me grita -
“Deixa-te de mágoas, goza a liberdade!”
E eu, estúpida, a afundar-me em saudade.
Estivesses tu aqui, comigo, mana minha
E outra seria a história desta ladainha
Assobiando juntas mais que o vento,
A conversa voando nas asas do sentimento,
De luz apagada, assomávamos à janela
Espreitando a vida que existe, paralela
À que cá dentro nos atormenta por vezes
Na nostalgia típica dos portugueses.
Mas tu não estás, e eu quedo-me, escutando
Os acordes de piano que se vão libertando
Do cd que me embala a alma vazia, nua
Lembrando a noite em que mordemos a Lua.
(nota: título e foto da autoria de uma amiga)